Meanwhile no Bosque
Fazia-se caminhar. A tal mulher madura de corpo forte, carregando suas tetas pesadonas consigo e puxando um cão. Estrutura firme suportando carga. Músculo sólido de animal em esforço de marcha. Em volta os lírios, e os crisantemos e as hortênsias. Pegadas fundas e pingas de suor deixavam sua marca na terra seca do trilho. O sol a meia haste.
“Qual o sentido da vida?” Perguntava a todos que se cruzavam com ela.
A maioria a ignorava porém.
Coitadinha da mulher.
:(
Mas também…
WTF
Quem mandou ela ir ali em busca de significado?
Desbravava galhos ao som do chilrear dos canários, pensando no dia em que a civilização mudou de rumo. Nada voltaria a ser como antes. O mundo já não estava nem aí para velhas tartarugas do deserto, gente que nem ela ou Harrison. Jamais teria de volta as baixas resoluções, os walkie talkies, ou a panela de pressão. Somente uma confusão que a consumiria por completo, uma força lenta e persistente de desilusão. Um olhar desviado perpetuamente para um lugar distante onde ninguém chega. Aguda introspecção.
Sua cabeça nas nuvens, para sempre. Tudo tanto faz.
Solidão.
Tudo por mim pode ser, é igual.
E foi por isso que soltou um grito no bosque quando já eram umas 6pm.
Alto.
Como se fossem as ultimas palavras.
