Miguel Salaz
Oct 22, 2020

A Lavagem dos Dentes de Edmund

Estou precisando lavar meus dentes meu amor, disse Edmund a Marieta já pela manhã. Sinto minha boca seca e o hálito ruim. O seu olhar sobre o sol que começava se mostrando aos poucos, iluminando lentamente a grande avenida do Leblon. Dentro da “Gala Coupé” do século XVIII, os vidros embaciados escondiam o sorriso que a puta esboçou, revelando o agrado que sentia por ele lhe chamar de amor. Tem escova para lavar dentes minha Marizinha? Tenho não Edinho, só em casa. Como todo bom conservador, Burke prezava demais sua saúde bocal. Como vou fazer se não tenho cerdas para escovar minhas gengiva e os dentes? Perguntou o filósofo, se remexendo nos assentos de couro da carruagem. E que tal usar minha chochota para escovar sua dentição? Marieta queria demais ajudar seu Edinho, lhe custava não ter forma de o auxiliar em sua angustia higiénica, foi por isso que lhe ocorreu essa ideia orginal. Como assim? Perguntou. Fácil, lhe explico. Ele, todo ouvidos. Primeiro coloca um pouco dessa ramela matinal que tem nos seus lindos olhos nos seus dentes, depois encosta sua odontíase aos lábios de minha chochota, e depois faz movimentos circulares da gengiva para fora, e repete 10 vezes, a cada 2 dentes, e no final pode escovar também a lingua na minha chochota. Edmund considerou seriamente a ideia.